Já disse alguém que a vida em família pode ser tão benéfica para o indivíduo quanto a vida em uma gaiola é benéfica para um papagaio. A despeito da segurança e do apoio que proporciona, a vida entre familiares desgasta, enfraquece e limita. O tipo de dano que a família pode provocar em seus membros é quase sempre inconsciente e difícil de identificar, porque é perpetrado em nome do amor, da união, das boas intenções. Em seu belo romance, Breu, Mário Araújo conta a história de uma família que busca “proteção contra a fúria da natureza”. A natureza, no caso, é o dano auto infligido, a tendência à autodestruição. O que une os membros dessa família, mais que os laços de sangue, são a experiência da perda e os mortos que compartilham, num legado de tragédia e decadência passado de pai para filho. Ou, como diz Mário Araújo sobre as mulheres da família: “gerações que se sucediam dando origem a pássaros de voo cada vez mais curtos”. São essas mulheres que revelam a história da família: Úrsula, Edna, Inácia, Marli e Aline, filhas de uma mesma linhagem, que dividem as mesmas casas e desfilam um rosário de perdas, num itinerário geográfico-emocional que parte do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina para desembocar em Curitiba, cidade em que vizinho não tem obrigação de cumprimentar vizinho, e em cujo clima leviano nunca se pode confiar. Amor, inveja, ciúmes, mágoa: tudo isso distorce a objetividade das decisões familiares. Em Breu isso se torna claro nos diferentes momentos históricos
Peso: | 0.25 kg |
Número de páginas: | 250 |
Ano de edição: | 2020 |
ISBN 10: | 6599050476 |
ISBN 13: | 9786599050473 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 2 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Literatura Nacional |
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