Eu sou um contador de estórias. Neste livro estão estóriasda minha infância, nas Minas Gerais. Muitas delas eu não vivi.Eu as ouvi, contadas por outros. E pelo ouvido tornaram-se minhas.Por que haveria alguém de se interessar pelas estórias deum velho Porque todos fomos crianças. Todos andamos pelosmesmos lugares. Para Bernardo Soares, arte é comunicar aos outrosnossa identidade íntima. As almas são iguais. É o que tornapossível a comunicação. Alguém disse que a palavra queijo sótem sentido para alguém que já comeu queijo. Não é possívelcomunicar o gosto e o cheiro do queijo a quem nunca comeuum. A literatura é possível porque todos já comemos queijo. Todasas nossas infâncias são variações sobre os mesmos temas.As memórias de um outro fazem ressoar, naquele que as lê, oseu próprio passado adormecido. Assim, não se trata de um encontrocom as memórias de um outro, diferentes das minhas.Trata-se de um reencontro com o meu próprio passado. Se issonão acontecesse, o texto escrito seria um texto morto. MuriloMendes nos lembra que todos os textos são feitos com pedaçosdo escritor. Acho que isso é verdadeiro no caso dessas minhasmemórias. Posso então dizer que são o meu sangue, o meu corpo.Peço, portanto, aos meus leitores, que me leiam antropofagicamente...É a antropofagia que nos torna iguais. Antropofagia éeucaristia...
Peso: | 0.4 kg |
Número de páginas: | 272 |
Ano de edição: | 2015 |
ISBN 10: | 8542205154 |
ISBN 13: | 9788542205152 |
Altura: | 23 |
Largura: | 16 |
Comprimento: | 2 |
Edição: | 2 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Auto Ajuda |
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