Acho que Ana Paula Pacheco conseguiu evitar dois equívocos neste seu livro de estreia na ficção: o primeiro, a ostentação, que também se veste com uma aparente simplicidade. Aqui a voz é baixa, às vezes quase indistinta, a começar pelo título do volume, enquanto o traço meticuloso não significa ausência de violência. É que em vez do tiro, ela prefere a arma branca. O segundo equívoco evitado é o da inocência das transposições diretas vida/ ideologia/ erotismo etc., e literatura, o que facilmente conduz à tagarelice, não necessariamente decorrente da extensão do texto, mas de sua fraqueza. É oportuno recordar Lukács (A alma e as formas) quando afirma que toda obra literária é construída em torno de uma pergunta apontando um caminho, que inesperadamente, mas com força inexorável, pode interromper-se num silêncio imprevisto. Uma pergunta, e a seu redor a vida desconcertada; um silêncio, e a seu redor o murmúrio, o rumor, a música, o canto a plenas vozes: esta é a forma. Por isso, diante desses vinte e dois textos, com títulos e extensões variáveis, se quisermos por hipótese descobrir a pergunta que conduzirá a seu entendimento, devemos levar a sério a imposição do último conto: “é preciso voltar sempre ao mesmo ponto”. Mas que ponto será este e que pergunta deverá ser feita?
| Peso: | 0.2 kg |
| Número de páginas: | 96 |
| Ano de edição: | 2009 |
| ISBN 10: | 8577510476 |
| ISBN 13: | 9788577510474 |
| Altura: | 21 |
| Largura: | 14 |
| Comprimento: | 1 |
| Edição: | 1 |
| Idioma : | Português |
| Tipo de produto : | Livro |
| Literatura Estrangeira : | Paradidáticos e/ou leitura escolar, Pockets |
| Literatura Nacional : | Ficção de Suspense e Ação, Ficção |
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