Cada uma destas dezessete composições é um epitáfio composto. O conjunto transcende o memorial familiar e irradia uma potente tensão lírica. Em Os Mortos, Paulo Franchetti dialoga com seus antepassados. Os defuntos revelam as próprias falhas e as marcas que suas vidas deixaram sem dissimulação, enquanto o poeta responde com empatia, uma ternura que, embora exclua a condenação, não exclui o julgamento. A poesia é lapidar, despojada de ornamento retórico. Ao manter a gravidade que o contexto impõe, cria uma dicção única, ao mesmo tempo coloquial e solene. Efeito raro esse. Gera uma espécie de oralidade espectral, onde a fala de uma família brasileira descendente de árabes e italianos ressoa o Eclesiastes. Dar voz aos mortos é lugar-comum literário. Bem distinto é dar vida à voz dos mortos. Obra de maturidade, escrita por força de um impulso inevitável, esta série é uma meditação sobre a permanência da perda. Nela, Paulo retrata não somente os seus, claro está, mas a condição humana. Por outro lado, não é demais mencionar que as figuras do álbum – tendo ou não existido – são o poeta. Viveriam apenas nele, não fosse o verso.
| Peso: | 0.2 kg |
| Número de páginas: | 48 |
| Ano de edição: | 2025 |
| ISBN 10: | 6555801824 |
| ISBN 13: | 9786555801828 |
| Altura: | 18 |
| Largura: | 12 |
| Edição: | 1 |
| Idioma : | Português |
| Tipo de produto : | Livro |
| Literatura : | Poesia |
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