O autor nos conduz às entranhas do inferno que metaforicamente acomoda a imagem dantesca do sistema prisional da Bahia, por meio da história de Antônio Carlos, o Cacá, encarcerado sob a acusação implacável que se inicia desde a primeira hora no âmbito de um tribunal de rua que logo ganhou os holofotes da imprensa, contexto em que a dama da esperança se mostra como a primeira hóspede a se despedir. Ele é o protagonista de uma paisagem desoladora que à noite tira o sono e fabrica pesadelos no pouco de razoabilidade da racionalidade jurídica em vigor no país. Marcos Melo oferece um relato angustiante e realista de um sistema que despedaça subjetividades individuais, restando apenas enfrentá-lo ou padecer no interior das suas engrenagens. Cacá é um personagem coletivo, representa uma multidão de invisíveis sociais, de indigentes sem nome, identificados apenas pelo dispositivo normativo do Código Penal, esquecidos para morrer ou embrutecer no interior do sistema prisional brasileiro. De partida, a expressão “hóspede”, oferecida como parte do título da obra de Marcos Melo, nos remeteria à ideia de algo transitório, um estado precário de permanência cuja ideia de tempo no interior do cárcere se arrasta com dimensão de perpetuidade. Será que a experiência de estar encarcerado e antes submetido a um sistema de justiça punitivista pode ser apenas uma memória a ser arquivada? Não haveria um preço demasiado amargo para o dito hóspede que permanece perto demais do inferno? É possível c
Peso: | 0.28 kg |
Número de páginas: | 182 |
Ano de edição: | 2022 |
ISBN 10: | 6558360314 |
ISBN 13: | 9786558360315 |
Altura: | 21 |
Largura: | 14 |
Comprimento: | 1 |
Edição: | 1 |
Idioma : | Português |
Tipo de produto : | Livro |
Assuntos : | Literatura Nacional |
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